Artigo: TV Educativa
A TV é o meio de comunicação que consegue atingir a maior parcela da população brasileira, logo deve ser utilizada em todo seu potencial dentro do contexto escolar, como fonte de cultura e informação.
A TV Educativa foi criada no Brasil com intenções claramente pedagógicas, realizando atividades de caráter educacional, cultural e de orientação profissional, com uma programação que abrangia aulas, debates, palestras, conferências. Contudo, inicialmente, este processo pedagógico era desvinculado das práticas cotidianas do público ao qual se destinava sem levar em conta as emoções experimentadas por ele e essenciais ao processo de aprendizagem.
A criação da TV Brasil, em 2007, se constituiu de fato na 1ª empreitada nacional para se formar um campo público de comunicação no Brasil, apesar de todos os desafios que enfrenta: criação de rede, recuperação de infra-estrutura, destinação orçamentária, incorporação de recursos humanos e montagem de uma rede de programação.
Sabedores que a missão maior das TVs educativas é a produção de conteúdos educacionais, proponho a criação de uma TV Educativa de gestão pública, administrada por integrantes da comunidade, onde os recursos financeiros emergiriam de parcerias com o governo municipal e entidades locais como Universidades, que poderiam fornecer o material humano e capacitações, empresas locais, fundações sem fins lucrativos e pessoas físicas, através de doações e contratos de prestação de serviços.
Criaríamos um Conselho de representantes para gerir os fundos arrecadados. Acredito que este tipo de parceria facilitaria a questão de gerência dos recursos.
O objetivo desta TV Educativa seria criar um espaço democrático e aberto para discussões dos temas de interesse da comunidade, dando visibilidade aos problemas que a afligem, promovendo debates realmente significativo e buscando soluções em conjunto.
Acredito que uma programação que mostrasse talentos esportivos da região funcionaria também como um excelente meio de valorizar e oferecer oportunidades ao jovem, além de atrair outras parcerias.
Na programação haveria espaço para produções independentes, mostrando aspectos culturais da região, garantindo a expressão da diversidade étnico-cultural, promovendo cursos voltados para a orientação e capacitação profissional, debates sobre economia, educação e cidadania, sempre buscando um diferencial em relação aos temas abordados.
Nesta TV não haveria espaço para interesses individuais. A escolha da programação partiria de um conselho formado por representantes da comunidade local e professores. Enfim, pessoas que pudessem realmente dar voz aos anseios da população, respeitando a sua diversidade.
Na questão de aquisição e produção de conteúdos acho essencial a preservação de espaços para experimentação.
Ter em mente objetivos claramente definidos e a devida capacitação dos profissionais que irão atuar nesta produção é fator primordial para o sucesso deste projeto.
Estes profissionais participariam de seminários e oficinas que poderiam ser coordenados pelas universidades para que pudessem organizar informações e elaborar o programa de atividades.
O tratamento a ser dado a cada conteúdo deve refletir os interesses da comunidade. Assim, programas que abordassem distribuição de renda, saúde, violência, disponibilidade de educação e cultura e perspectivas oferecidas aos jovens, partiriam do pressuposto de que todo conteúdo abordado seja estimulado pelo senso crítico e o exercício da cidadania.
Referências:
TVE Brasil. Os primeiros vinte anos (1967 – 1987)
As razões da criação de uma televisão Educativa Brasileira. Disponível em:
http//www.tvebrasil.com./br/acervo/001.asp
Artigo:http://wwwtvebrasil.com.br/saltoboletins2005/itlr/tetxt2.htm
www.tverealidade.ufba.br - televisão e realidade
www.tverealidade.facom.ufba.br/coloquiotextos/Valeria Vilas Boas.pdf
Artigo:TV pública na prática(Antonio Achilis) Observatório da Imprensa
